EMPRESÁRIO: VOCÊ SABE O QUE É ASSÉDIO ALGORÍTMICO?

A tecnologia transformou a forma como trabalhamos. Hoje, softwares conseguem medir tudo: quantos cliques o colaborador dá, quanto tempo passa em cada tela, quais programas abriu e até quanto tempo ficou “inativo”. Parece eficiente, certo? Mas aqui está o alerta: esse tipo de controle pode estar criando, sem que você perceba, uma prática chamada assédio algorítmico.

O termo pode soar distante, mas nada mais é do que quando a empresa usa sistemas digitais para vigiar, pressionar e cobrar resultados dos trabalhadores de forma excessiva. Imagine cada clique do mouse sendo interpretado como sinal de produtividade — e cada pausa, como desleixo. A consequência? Um ambiente de medo, estresse e desumanização.

Não se engane: monitorar não é proibido. O problema está no excesso. Quando a tecnologia passa a substituir a confiança e a gestão saudável de pessoas, a empresa se expõe a sérios riscos: queda de desempenho, aumento de adoecimento psicológico, ações trabalhistas e até questionamentos sob a ótica da proteção de dados.

O home office, que deveria trazer liberdade e equilíbrio, corre o risco de se transformar em um verdadeiro “laboratório de vigilância”, em que o colaborador se sente obrigado a estar sempre ativo, mesmo fora do horário regular de trabalho. E isso, além de antiético, pode ser juridicamente arriscado.

A boa notícia é que há caminhos para usar a tecnologia de forma inteligente e segura. O segredo está no equilíbrio: transparência sobre o que é monitorado, limites claros para o uso das informações e, principalmente, respeito à dignidade de quem trabalha.

Empresário, reflita: você quer uma equipe que clique sem parar, ou uma equipe que entregue resultados reais, com motivação e saúde?

No fim das contas, por trás de cada dado existe uma pessoa — e é ela quem move sua empresa para frente.

Karla Silva Pinheiro Machado – Sócia da KSPM Advogadas Associadas Contato 

(51) 99986.51.18

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