Conheça a brasileira que usou barriga de aluguel na Ucrânia

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A chegada de uma criança em uma família, normalmente, vem acompanhada de muita alegria. Com Camila Pavan e Adriano Garbelin não foi diferente. Mas o processo até o casal conseguir chegar em casa com a recém-nascida Pietra foi sofrido e cansativo. A criadora de conteúdo precisou ir até a Ucrânia, no meio da pandemia do coronavírus, enfrentando inúmeras incertezas, para ver o nascimento da sua filha gestada em uma barriga de aluguel. Após uma década de tratamentos para infertilidade e dois abortos espontâneos, o sonho do casal só se concretizou em junho do ano passado. Aos nove anos de idade, Camila foi diagnosticada atrofia muscular espinhal (AME) e por conta da doença passou por inúmeros tratamentos para tentar engravidar. Camila e Adriano recorreram a todos os métodos possíveis. “Pensamos na adoção, mas o tempo de espera e os trâmites nos deixaram inseguros”, conta a produtora de conteúdo. Antes de contratar uma barriga de aluguel, o casal tentou engravidar por meio de barriga solidária. A irmã de Adriano se ofereceu para ajudar o casal, mas o processo não deu certo: o óvulo fecundado ficou preso na trompa e o bebê não resistiu. Esse método é permitido no Brasil, desde que a voluntária pertença à mesma família de um dos parceiros, com parentesco consanguíneo até o quarto grau (mãe, filha, avó, irmã, tia, sobrinha ou prima). Caso contrário, é necessária uma autorização junto ao Conselho Regional de Medicina antes de realizar o tratamento.
A decisão da barriga de aluguel e quanto custa
Depois desse episódio, o casal decidiu engravidar via barriga de aluguel. “Aprendi todas as leis e regras na Índia, na Tailândia e em outros países onde o processo é legal. Passei um pente fino no mundo. Até encontrar uma clinica, na Ucrânia, que me dava todo o suporte”, contou. De acordo com Camila, o gasto emocional e financeiro são imensos. “Esse processo é um poço sem fundo, você gasta tempo e dinheiro. Se não dá certo, tem que começar tudo de novo”. A produtora de conteúdo viajou até os Estados Unidos mas o valor passava de 120 mil dólares. Depois ela pesquisou a Índia, lá a barriga de aluguel custava 50 mil dólares, mas acabou não dando certo. Em seguida, ela procurou a África, onde o valor do processo também é 50 mil dólares, mas a legislação era bem incerta. Tudo se ajeitou quando casal achou uma anúncio ucraniano com a frase: “Tentativas ilimitadas pelo mesmo preço”. No pacote, além da barriga de aluguel, estava incluso: hospedagem, alimentação, transporte interno e toda ajuda para a documentação. “Paguei 39,900 euros para realizar o procedimento na Ucrânia. Hoje, o valor se aproxima de 250 mil reais”, disse Camila.
Fronteira fechada
O sonho de Camila Pavan e Adriano Garbelini começava a ganhar forma quando em março de 2020, com a pandemia do coronavírus, a Ucrânia fechou as fronteiras. “Em maio, eles ainda estavam com regras rígidas e a minha filha iria nascer em junho. Eu precisava desembarcar na Europa duas semanas antes da data prevista do nascimento para fazer a quarentena exigida pelo governo”, relata a mãe. “Eu busquei no governo ucraniano alguém para autorizar a nossa entrada no país. A clínica me ajudou e o consulado brasileiro também, mas não conseguia ter certeza de nenhuma informação. Quando fui agendar as passagens, não tinha voo, o aeroporto de Guarulhos parecia um deserto. Só os residentes do país podiam embarcar nos aviões disponíveis. Eu fiquei maluca! Até encontrar um trecho com escala na Holanda, na Alemanha e só então pousaríamos na Ucrânia”, conta a mãe. Após acharem a passagem, Camila recebeu a informação que não precisaria de visto para desembarcar em um país só para trocar de aeronave. Mas, dias antes do vôo, o casal descobriu que a documentação seria cobrada na imigração. Na manhã do embarque, eles ainda não tinham em mãos as autorizações de todos os países. A documentação da Ucrânia, por milagre, chegou quatro horas antes do vôo. Mas, mesmo faltando o visto da Alemanha, o casal decidiu ir ao aeroporto tentar embarcar. “Estávamos preparados para ficar 24 horas no aeroporto da Alemanha sem comida, sem nada, já que estava tudo fechado. Mas no check-in, a funcionária da companhia área não autorizou o nosso embarque porque não éramos residentes. Eu chorei muito, expliquei que era para acompanhar o nascimento da minha filha, mas não consegui convencê-la”, conta a criadora de conteúdo. Emocionada ao relembrar o momento, Camila disse que precisou reunir forças para tentar achar uma solução. Ela pegou o telefone e ligou para todo mundo que poderia me ajudá-la. Minutos depois, a chamaram no interfone do aeroporto e autorizaram o embarque dela. “Naquele momento eu pensei: Deus nunca abandona a gente, nunca”, conta. Só depois de entrar no avião descobriu que o consulado brasileiro na Alemanha conseguiu a autorização de última hora.
O nascimento de Pietra
De acordo com Camila, quando terminou a quarentena na Ucrânia, ela começou a rezar: “Minha filha, você já pode vir ao mundo que mamãe está livre para te ver”. Pietra nasceu quatro horas depois. A bebê chegou ao mundo através de uma barriga de aluguel e não tem a genética dos pais. “Mas isso não interfere em nada, ela já nasceu com o nosso nome e como a nossa filha lá na Ucrânia”, conta Camila. Após o parto, o casal foi na embaixada brasileira para tirar a certidão de nascimento, passaporte e o CPF. “Em 20 dias, a parte burocrática já estava resolvida”, acrescenta. Para os pais que optarem pela barriga de aluguel Camila aconselha: “Esse caminho é dolorido, mas se você tem esse desejo, não desista. Às vezes cansa, o caminho é duro, mas faça tudo o que você puder”. “Genética e sangue se tornam pequeno quando você pega o seu filho no colo. O parto acontece quando você conhece o seu filho. Vale a pena todas as forma: adoção ou barriga de aluguel. O amor é o maior vínculo que pode existir”, finaliza.   Fonte: Metrópoles

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